[Análise] Deusastrados

Análise do jogo

Deusastrados

Título: Deusastrados (2019)

Idade Recomendada: 14 +

**Duração média da partida:**30 min

Número de jogadores: 2 a 4 jogadores

Designer: Alexander Francisco

**Artista:**Guilherme Cavalcante

**Editora:**TGM Editora

“O Caos iniciou a formação de um novo planeta e isso atraiu a atenção do cosmo. De toda a parte, os deuses da criação se reúnem para uma grande competição! Em Deusastrados, os jogadores assumem o papel desses deuses , se esforçando para cumprir as ordens do caos e gerar as melhores e mais adaptadas criaturas para povoar o novo planeta.”

Deusastrados é um jogo bem curioso, desde seu nome, até as imagens super coloridas e chamativas na caixa. Quando pegamos para ler seu resumo, aí que ficamos curiosos MESMO!

Jogo nacional, lançado logo no final de 2019, Deusastrados baseia-se na agilidade dos jogadores em criarem seres perfeitos (ou quase isso), para povoarem um novo planeta. Porém, o Caos (será que é um deus?) é meio bipolar, e acaba mudando as situações climáticas do planetinha recém criado, fazendo com que as criaturas tenham muitas dificuldades em se adaptarem.

Resumo do jogo:

Os jogadores embaralham, no centro da mesa, diversas partes corporais (cabeça, tronco e pernas) e devem (tentar) coletar as 3 partes e encaixa-las corretamente, criando uma bela criatura para o novo planeta.

Porém, isso ocorre simultaneamente e todos os jogadores disputam pelas peças embaralhadas no centro da mesa e, assim que montarem suas novas criaturinhas, a rodada prossegue para a próxima fase.

Em seguida, os jogadores podem utilizar cartas especiais, para alterar peças corporais, posicionamentos, proteger suas próprias criaturas, ganhar mais pontos, etc.

Feito isso, o Caos surge no planeta e muda (aleatoriamente) os critérios de sobrevivência no planeta. Isto é, quando menos se espera, determinadas partes corporais são eliminadas (permanentemente) do jogo. Sim, você se matou montando seu bichinho e corre o risco de que ele se desmonte.

É feita a contagem de pontos e recomeça a rodada. Desta vez, criando uma criatura a mais do que na rodada anterior.

Onde o jogo fica interessante:

Como o nosso querido Caos descarta um tipo de ser vivo do planeta permanentemente do jogo, significa que todas as peças daquele tipo serão inúteis até o final da partida. Portanto, com as cartas embaralhadas no centro da mesa, os jogadores perdem mais tempo procurando por partes corporais úteis. Conforme as rodadas avançam, o Caos começa a eliminar mais e mais espécies do planeta, ficando cada vez mais difícil montar alguma criatura útil.

Como se, a dificuldade em encontrar peças no centro da mesa não fosse suficientemente desafiadora, os jogadores podem sabotar as criaturas um dos outros. Isso ocorre de maneira bem simples:

Jogador A encontra uma parte corporal já descartada pelo Caos, sendo assim, inútil até o final da partida. Então, basta joga-la de qualquer jeito no centro da pilha de cartas e procurar algo útil, certo? NÃO!

O jogador A pode colocar essa peça inútil na criatura dos oponentes, e é PROIBIDO remover as peças já colocadas. Ou seja, o jogador B acaba de adquirir uma parte corporal que ele já sabe que não irá se adaptar ao novo planetinha.

Além disso, os jogadores possuem poderes especiais, que tem por finalidade proteger suas criaturas, ou sabotar a dos coleguinhas. Deixando o jogo mais Caótico (entenderam?) do que ele já era.

Por fim, o Caos aparece novamente e elimina mais algum tipo de criatura do planeta. Ou seja, dificilmente alguém pontua com uma criatura 100% montada.

Descrição física do jogo:

  • Peso: 0.90kg Dimensões: (7cm x 26cm x26cm)

A caixa é bem pequena e leve, semelhante a Fairy Tile e Tsukiji.

  • Cartas: 75 cartas (63.5 mm X 88.0 mm) 40 cartas (65.0 mm X 100.0 mm)

  • As cartas são muito bem elaboradas e desenhadas. A gramatura é um pouco fina, mas são bem grandes.

Com desenhos bem característicos e cartas grandes, fica muito mais fácil e rápido de reconhecer a carta, possibilitando a dinâmica desejada.

  • Miniaturas (marcadores) bem pequenos e tabuleiro de pontos super colorido e bonitinho.

  • O mais lindão é o nosso querido Caos!

Prós:

  • Jogo 100% festivo

  • Rápido, prático, engraçado e gera muita treta.

  • Super fácil de transportar e com setup prático.

  • Dependência de idioma baixíssima.

  • Rejogabilidade bem alta, sendo possível adicionar os poderes específicos de cada deus para deixar o jogo cada vez mais complexo e cheio de reviravoltas.

  • A miniatura do Caos é muito carismática, e o seu tabuleiro tem uma cara muito sapeca.

Contras:

  • A marcação de pontos fica um pouco complicada, devido ao tamanho das peças e pelos rostinhos serem bem pequenos. Não chega a ser um problema muito grande, já que o jogo nem conta tantos pontos assim. Seria solucionado com um scoreboard separado e (quem sabe), um meeple para cada deus da criação. Seria uma ideia incrível, ham ham?

  • Jogo suporta somente 4 jogadores, mas tem 5 kits de deuses. Não entendemos a contradição ou como isso afetou a jogabilidade.

  • As cartas de poderes possuem descrições um pouco nebulosas. Tivemos que recorrer ao manual algumas vezes.

Por exemplo:

“Troque 1 parte”

  • - Devemos trocar 1 parte de nossa criatura, por outra nossa?

  • - Trocamos uma nossa, por uma de nossos oponentes?

  • - Tem que ser partes iguais (tronco por um tronco)? Se não precisarem ser iguais, o que acontece se colocarmos um pé no lugar da cabeça?

  • - Podemos trocar pegando algo do centro do monte?

Uma dúvida simples, mas que afeta a dinâmica da noite de jogos.

  • A caixa é super adequada e prática, mas não encaixa o tabuleiro só jogar o insert fora. Faltou 1 centímetro :'(

  • A miniatura do Caos é LINDA e super legal…mas não possui muita utilidade. Apenas marca quem é o primeiro jogador.

  • Infelizmente, o preço de R$ 130,00 (em média), é um pouco salgado para o nosso querido consumidor brasileiro de classe média. Em paralelo, podemos levar em consideração que, muita gente acha injusto gastar R$ 230,00 em Azul, que é carregado de pedrinhas e tabuleiros individuais e que também acham um absurdo gastar “1 real por carta”. Fica ai uma discussão interessante.

Opinião pessoal:

Consideramos Deusastrados um jogo MUITO bom, que possui como revés sua parte estrutural x preço.

Mesmo com alguns obstáculos, é um jogo que está presente em 100% dos eventos. Tanto como filler, quanto party game principal da noite!

A faixa etária 14+ nos pareceu um exagero, pois o jogo foi muito bem aplicado com crianças de 10+. Se as cartas de poderes forem removidas, o jogo continuará extremamente divertido e ficará ainda mais fácil de se jogar com crianças.

Deusastrados poderia facilmente ser um jogo abstrato, onde encaixamos cores, alimentos, pedras, etc, mas a temática de deus e criaturas tentando se adaptar em um novo planeta foi uma ideia IMPECÁVEL!

Esperamos ansiosamente por uma expansão, com novos deuses e/ou poderes, além de novas miniaturas para eles. Com mais criaturinhas legais, iguais a promo Alien (estranho ele ser chamado de “alien”, achei que todos na caixa eram aliens)

Por enquanto é só!

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1 curtida

Ontem li seu primeiro Review na ludopedia, sobre o Emboscados. Hj já irei comprar o jogo e estou seguindo vcs no insta. Parabéns pelas ótimas análises!!

Muito obrigado pelo apoio!!