[Análise] Valknut

Análise do jogo Valknut

Título: Valknut (2020)

Idade Recomendada: 10+

Duração média da partida: 15 min

Número de jogadores: 2 a 4 jogadores

Designer: Luís Brüeh

Artista: Luís Brüeh

Editora: Conclave

"**“Lutamos por ouro, sangue e glória. Os deuses nos esperam nos portões de Valhalla” "

Valknut é mais uma obra de arte do mesmo criador de Covil: Mestres das Trevas e Dwar7s: Luís Brüeh, que iniciou-se com uma campanha no Kickstarter e veio para o Brasil pela editora Conclave.

Trata-se de uma releitura do jogo Hnefatafl (meados dos anos 400) que, por acaso, é da época dos vikings! Mas com uma bela repaginada, Valknut se mostra como um jogo competitivo e assimétrico, onde os jogadores assumem o papel de gloriosos comandantes e que devem comandar seus exércitos em um campo de batalha que se expande à medida que o jogo avança.

Vamos à análise!

Resumo do jogo:

A preparação do jogo é muito difícil:

-Embaralhar as cartas de terreno correspondentes ao número de jogadores

-Separar uma das cartas de terreno para ser o ponto de partida e, as demais, irão compor uma amostragem chamada Oferta de Terrenos.

-Cada jogador deve escolher uma tribo e pegar os componentes desta.

E é só começar a jogar!

Escolher sua tribo é a parte mais difícil do jogo.

Em sua vez, o jogador deve selecionar uma carta de terreno e encaixá-la adjacente a outra carta de terreno já colocada. Em seguida, ele ganhará um número de movimentos equivalente a esta carta de terreno que acabou de alocar.

A quantidade de movimentos é muito clara.

Com este movimento, será possível deslocar qualquer unidade, por quantos espaços (quadrados) quiser em uma única direção e independentemente do número de espaços que o personagem se deslocar, contará como apenas um movimento.

Quando a gigante pega 3 movimentos em um turno.

O deslocamento segue alguns critérios bem simples:

-Deslocamento deve seguir em apenas uma direção.

-Novas direções (curvas), contam como um novo deslocamento (movimento).

-Não é possível atravessar outros jogadores.

-Não é possível atravessar obstáculos naturais (montanhas, florestas, rios, etc)

Para derrotar os adversários, é mais simples ainda:

-Quando uma unidade encontra-se encurralada por dois oponentes ou por um oponente de um lado e um obstáculo natural do outro, esta unidade é considerada flanqueada e é derrotada.

Obs: você nunca perde suas unidades em seu próprio turno. No exemplo acima, é turno dos VANIRES. Deste modo, apenas os GOBLINS serão considerados flanqueados e derrotados.

  • Se alguém ficar sem guerreiros (por qualquer motivo que seja), ele perde imediatamente.

  • Se acabarem as cartas de terreno, o jogo acaba e realiza-se uma contagem de pontos baseada no número de exércitos vivos.

Onde o jogo fica interessante:

Por mais que pareça fácil, é extremamente difícil posicionar suas unidades em locais seguros. Muitas vezes, acabamos flanqueando um inimigo e terminando a jogada, deixando nosso guerreiro na mesma posição que o inimigo estava, permitindo uma retaliação quase que imediata.

Outro detalhe fundamental, está na oferta de terrenos. Elas definem a quantidade de movimentos a ser feita, como será o design do mapa e se você terá a oportunidade de reviver/convocar alguma unidade a mais para seu auxílio. Os jogadores devem tomar muito cuidado ao selecionar um terreno que lhe permite várias movimentações, abrindo mão de terrenos que permitem a convocação de novas unidades, ou seja, você até pode correr bastante, mas ser superado em números.

Andar ou convocar mais unidades?

Por último, mas não menos importante, lembram que o jogo é assimétrico?

Uma das primeiras diferenças entre as tribos, é a quantidade de unidades que cada uma possui e quantos pontos cada uma vale. Enquanto algumas podem ser extremamente numerosas, outras tem apenas uma unidade, e isso influenciará tanto na facilidade em cercar seus adversários quanto no final do jogo, quando é necessário realizar uma contagem de pontos baseada na quantidade de unidades vivas em campo. Além disso, temos diferenças na forma de deslocamento, e algumas raças simplesmente ignoram determinadas limitações de terreno, sendo capazes de atravessar rios, florestas e montanhas sem problema algum.

Descrição física do jogo:

Peso: 0.50kg Dimensões: (14,5cm x 4cm x14,5cm)

Uma pequena caixa, com uma arte maravilhosa e material firme! Tamanho semelhante ao do Colt Super Express e FEAR Fast Foward.

O design é bem compacto e com espaçamento bem justo. Pode ser interessante remover o insert de papelão.

Cartas: 45 cartas (56.0 mm X 87.0 mm)

A arte das cartas é muito bem feita e característica dos demais jogos de Luís Brüeh, com rápido e fácil reconhecimento. Fator fundamental para um jogo que utiliza posicionamento estratégico a todo momento.

As cartas possuem uma gramatura fina, porém, elas sofrem embaralhamento e posicionamento tático na mesa. Este processo de “tira-e-põe” constante, danifica rapidamente as bordas. Sendo assim, é necessário a utilização dos sleeves.

Outros itens:

45 Tokens - Mesmo sendo tão pequenos, é possível identificar rapidamente cada unidade e são bem táteis, agilizando o andamento do jogo.

Manual de Regras - pequeno, e extremamente claro. Não encontramos dificuldade alguma em entender o jogo. Além de possuir uma FAQ no final dele.

Prós:

  • Um filler competitivo genial!

  • Possui regras e setup simples (quase inexistente).

  • Dependência de idioma quase nula. O jogo em si não tem nada escrito, trabalha basicamente com símbolos e cores, porém, é necessário que alguém leia / decore o que cada raça faz.

  • Rejogabilidade altíssima, pois depende da interação entre as tribos, de cada partida, da quantidade de jogadores e até da possibilidade de alianças/traições.

  • Consideramos o preço de R$ 85,00 bem razoável. A quantidade de cartas é baixa, porém, existem marcadores bem legais e com uma rejogabilidade tão grande, que acaba fazendo o preço valer a pena.

  • Muito bom para crianças de 10 e, até mesmo, 8 anos, porém, é importante comparar o jogo com damas, xadrez e resta um. Onde as regras e diferentes mecânicas podem até serem simples, mas o planejamento a longo prazo é crucial.

  • Possui variantes incluídas no próprio jogo. Aumentando drasticamente a rejogabilidade.

  • A caixa do jogo é muito legal, resistente, bem planejada.

Mesmo após colocarmos os sleeves, continuou cabendo tudo na caixa!

Contras:

Entendemos a batalha constante entre valores x componentes, porém, sentimos que algumas alterações poderiam ser feitas:

  • As cartas de terreno acabam se deslocando e saindo do lugar constantemente. Precisam ser tiles táteis, para que se mantivessem um pouco mais organizadas (igual Carcassonne)

  • Os tokens ficaram muito bem feitos, porém, miniaturas seriam muito mais agradáveis e fáceis de manusear. Mini Meeples seria uma adição impressionante ao jogo, porém, miniaturas de papel (exemplo: Hero Quest, Dead of Winter, Vast e Ultimate WarriorZ) também são bem aceitáveis.

Provavelmente, essas alterações estruturais elevariam o preço do jogo para R$ 150,00 ~R$ 200,00

Sentimos um leve incômodo na estruturação das Valquírias e dos Dragões, pois parece que tiveram seus papéis invertidos:

Valquírias

  • Possuem somente duas unidades (a segunda raça menos numerosa).

  • Podem atravessar qualquer tipo de terreno.

Dragões

  • Possuem 6 unidades (a terceira raça mais numerosa).

  • Atravessam somente planícies (eles deveriam, no mínimo, voar).

  • São capazes de se teletransportar.

Opinião pessoal:

Adoramos Valknut e jogamos milhares de partidas em uma única noite. O jogo é extremamente viciante, rápido e prático.

A temática não deixa nada a desejar, sempre deixando aquele clima de batalha RPGista, onde os Goblins e Zumbis se proliferam, Arqueiros entram e saem da floresta atacando à distância, enquanto a Gigante em Fúria sai pisando em tudo.

A rejogabilidade é impressionante, tanto pela variante incluída, pela assimetria dos personagens, quanto pela diferença que o jogo apresenta quando jogado em quatro pessoas. É evidente a possibilidade de expansões para este jogo, da mesma forma que ocorre com Claim ou Welcome to the Dungeon. Valknut pode lançar novas expansões, com novos terrenos e personagens, dentro de novos jogos base, ou seja, jogos independentes mas que podem ser misturados entre si.

Concluindo, Valknut foi uma das obras mais legais que tivemos de Luís Brüeh em nosso acervo e, com toda certeza, verá muuuuuita mesa.

Por enquanto é só!

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