#02 RED RISING

Fala, galera! Tudo bem com vocês?
Olha eu aqui novamente e dessa vez vim falar de um jogo que curto bastante, mas que parece ter sido rapidamente relegado ao ostracismo. Quero corrigir um pouco dessa injustiça (?) trazendo para o debate a minha experiência com ele. Vamos lá!

STEGMAYER, James. RED RISING. 1. Ed. Brasil: Grok, 2021.
Para 1 a 4 jogadores, melhor em qualquer quantidade!
Partidas jogadas >15 com tempo de duração médio de 25 min.

Red Rising ou Fúria Vermelha, se preferir, é uma adaptação para os tabuleiros do livro homônimo de ficção científica escrito por Pierce Brown! Já o Design do jogo foi pensando pelo Jaiminho da massa e pelo Alexander Schimidt! Antes de mais nada, eu não li o livro mas parafraseando o Choque de Cultura: “agora tem que ler o livro pra jogar o jogo? Eu jogo o jogo para não ter que ler o livro!”. Brincadeiras à parte, a leitura é outro hobby meu, eu imagino que o cuidado em adaptar o tema tenha sido extremo pois o próprio Jamey é um grande fã da obra. Quanto a produção não dá pra reclamar, é impressionante! Todos os componentes de ótima qualidade, ilustrações muito legais, manual bem escrito e programação visual eficiente! Tá, talvez dê pra reclamar sim: o tabuleiro de jogo é relativamente pequeno e a disposição das cartas e do Hélio ficam meio que se atrapalhando durante o jogo…

Antes de elogiar o jogo propriamente eu gostaria de começar a conversa apresentando a sua proposta e explicando o porque desse jogo NÃO ser para você! Red Rising é um jogo de encadeamento de ações simples, descarta carta e puxa carta. Nesse sentido os autores nem escondem que ele é “livremente inspirado” no Fantasy Realms. Pode-se dizer que também é um jogo de “trilhas”, que correm em paralelo e que funcionam como gatilho de fim de jogo. A originalidade não é exatamete o seu forte, mas o que ele traz de diferente é a sua grande profundidade tática e um engenhoso sistema de forçar a sorte. Além de claro, um maior controle do fim da partida. Por falar nisso, as trilhas acabam funcionando também como uma maneira de compensar a “falta de sorte”.

Só que o problema é que tem muita informação no jogo. Muita mesmo. O que quero dizer é que apesar de ser essencialmente bem simples de se jogar, há tantas combinações possíveis de jogadas com as cartas que é muito fácil se perder. A sensação é que a cada nova rodada a partida muda tanto quanto se estivéssemos começando do zero. E isso pode ser muito frustrante para quem quer controlar o jogo e ficar analisando friamente as probabilidades. A paralisia por análise pode ser brutal por aqui, acredite em mim! Além disso a interação presente ocorre muito mais na sua cabeça que no tabuleiro em si. A gente nunca tem certeza da mão de cartas dos adversários, o que gera uma incerteza da melhor hora de “parar” a partida.

Mas seguindo o baile, porquê você deveria dar uma chance ao jogo? Se você chegou até aqui é porque leu o que escrevi acima. Então pode ter ficado pensando que: “mas espera aí, isso era pra ser algo ruim?” Caso sinta o mesmo: bem vindo ao clube, companheiro! Red Rising é o tipico jogo facil de aprender e difícil de dominar! Tão difícil que vai levar umas 10 partidas pra você pagar as manhas! Muitas pessoas não vão querer passar por essa pequena provação e eu entendo. No entanto esse é o tal do “jogo elegante”, para mim o mais elegante da Stonemaier XD como dito anteriormente, há um forte elemento de “force a sua sorte” que eu adoro. É necessário pesar a todo instante se vale a pena fazer trocas, tentando fortalecer a sua mão, ou se é melhor acelerar o fim da partida! Cada carta descartada é uma renúncia! E as combinações de ação de implantação com os bônus de compra são diversas e às vezes muito apelonas. Encontrar todos esses pontos ótimos é um desafio muito divertido, na minha opinião.

O jogo se conclui com um showdown à la poker, e ganha quem tem a combinação de mão mais forte com pontos de bônus incluídos. Certamente não é um jogo para todos, tanto que por aqui foi “ame ou odeie” (8 amam, 80 odeiam :joy:). Só que para mim trata-se de um jogo injustamente colocado para escanteio. É um jogo sem muitos similares, com uma curva de aprendizado bem chatinha, é verdade, mas capaz de proporcionar grandes e surpreendentes momentos por ser bastante inusitado. Por último gostaria apenas de deixar registrado que o modo solo, Tul Au Toma, é excelente e quebra um galho danado! Recomendo Red Rising para quem curte card games diferentões.

Meu veredito é 8.
Me empolgo para jogar e me divirto (quase) sempre.

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