#01 YANGTZE

Olá, pessoal! Tudo bem com vocês?

Gostaria de compartilhar um pouco do meu entusiasmo pelos jogos com quem quer (re)descobrir esse universo. Decidi fazer essa resenha em particular pois esse é um jogo do qual gosto bastante. Além de não encontrar muito conteúdo a respeito dele, acho que pode ser interessante para quem busca algo com o quê se divertir com a família. Então bora lá!

CHUNG, Christopher.YANGTZE. 1. ed. Devir: Brasil, 2015.

Para 2 a 4 jogadores. A melhor configuração é com mesa cheia!
Partidas jogadas por aqui > 10 com duração média de 20 min.
Atualmente o jogo encontra-se fora de catálogo, pelo visto, e o jeito é apelar para o mercado de usados!..

Aos desavisados esse é um entrejogo de colocação de ladrilhos onde todos contribuem com a preparação do festival das lanternas no rio Yangtzé. Um festival criado há cerca de 2.000 anos (!) na china e que simboliza o reencontro da família e o retorno da primavera. O tema, que apesar de mecanicamente irrelevante, como usual, é muito bacana e combina com a proposta! As ilustrações são bem bonitinhas e toda a programação visual funciona muito bem, sem margem para dúvidas. Bom, é tudo tão simples que não tinha muito como errar… O que importa é que, para quem se importa, o tema é bem legal e não é desrespeitoso à cultura local. E os componentes são bons também, não dá pra reclamar. Os ladrilhos, cartas e barquinhos são todos bem bacanas. Sinceramente só não entendi o tamanho da caixa… que não é tão grande assim, mas que podia ser bem menor pois são pouquíssimos componentes. Entendo que essa é uma picaretag… digo, decisão comercial para chamar a atenção e promover o produto. Mas parece que pelo menos a Devir tem escutado os consumidores e vem investido em jogos com caixas pequenas, algo que acho muito bom, tendo em vista que sou um mero assalariado pagador de aluguel sem tanto espaço em casa!

"Tá, mas até agora não me convenceu a experimentar o jogo". Não priemos cânico. Sigam-me os bons! O jogo consiste em fazer 1 ação obrigatória em seu turno além de 2 opcionais. Basicamente o que você irá fazer na sua vez de jogar é posicionar um ladrilho, da sua mão, na mesa ao lado de um existente. Assim você irá receber lanternas como recompensa e eventualmente barquinhos. Mas a grande graça do Yangzte é que ao posicionar a sua peça todos os jogadores na mesa também coletarão lanternas como recompensa. Então todos “jogam juntos”, mesmo quando não estão em seus turnos! As lanternas recebidas correspondem à face do ladrilho que está direcionada a cada um. Por isso o jogo brilha mesmo é com a mesa cheia pois assim, em cada jogada, é necessário pensar com calma para não entregar o ouro para o seu amiguinho! E se você colocar um ladrilho ao lado de outro que tenha uma figura no centro, você irá pegar um barquinho. Barquinhos são importantes pois o par deles pode ser descartado para trocar uma das suas cartas de lanternas por outra disponível no mercado. E pra completar se você conseguir casar alguma cor do seu ladrilho com os ladrilhos já posicionados na mesa, você ainda recebe uma lanterna extra daquela cor! Tudo isso permite a você fazer (de vez em quando) jogadas bem absurdas e acelerar o fim de jogo. O objetivo do jogo é trocar as suas lanternas por cartas de pontos, que variam de acordo com a sua coleção. As cartas de pontos possuem valores decrescentes, o que incentiva os jogadores a fazer a troca o quanto antes! Por falar nisso esqueci de de dizer que as outras 2 ações opcionais em seu turno são justamente: descartar barquinhos para trocar lanternas e trocar coleções de lanternas por cartas de ponto!

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O que mais gosto no Yangtze é justamente o quebra-cabeças espacial proposto, no qual muitas vezes você irá, querendo ou não, ajudar os seus amiguinhos a te passarem a perna! Mas não só isso, o nervoso que dá para obter as cartas de pontos antes dos adversários é muito gostoso! Um sentimento de angústia muito semelhante ao de Ticket to Ride (Galápagos) e Splendor (Galápagos). Esse é um jogo onde a leitura de mesa é necessária para conseguir montar alguma estratégia eficiente, a despeito da sorte presente. Maaaas… como nem tudo são flores, eu preciso dizer que esse é um jogo realmente, REALMENTE… simples(?!). E até que bem rápido também. Daí que se algumas pessoas por aqui em casa acharam o jogo meio bobo, o que particularmente eu não concordo. Acho as sacadas muito legais e muito bem implementadas. É sim possível jogar de forma totalmente despretensiosa, ou desatenta se preferir, mas também é possível jogar de maneira bem agressiva, competitiva mesmo. Característica que valorizo muito pois dependendo da mesa poderá aproveitar o mesmo jogo de formas diferentes e ainda assim se divertir bastante com ele. Também tem aquele quê de Santorini (Galápagos) e Blue Lagoon (Grok), jogos que você olha e não dá nada por eles, mas que podem ser bastante tensos! Rapidamente se apresentam as regras e colocamos o jogo na mesa. É comum ao longo das partidas ver as pessoas se envolvendo aos pouquinhos cada vez mais, ficando desesperadas para fazer logo as suas trocas e muitas vezes desistindo perto do fim da partida quando veem suas possibilidades de vitória se esvaírem em suas mão!s hehehe

Então eu recomendaria esse jogo para quem procura entretenimento fácil e rápido. Quanto à sua simplicidade, não vejo que seja exatamente um problema pois é algo que vai do gosto do freguês. É um jogo bem abstrato e bem oldschool, do tipo que não fazem mais (é, sou bem rabugento), o que me agrada bastante. Jogo com jeito de jogo, onde os jogadores é que fazem a magia acontecer e as regras ficam em segundo plano. Ou se preferir o tal do “jogo elegante”, com regras simples, claras, e diversão infinita! Claro que tudo tem o seu momento. Como faço parte do clube dos eurogamers tristonhos não é sempre que consigo colocar o Yangtze na mesa. Mas todas as vezes que viu mesa por aqui, me diverti bastante. O mesmo já não posso dizer dos meus companheiros de partidas, verdade seja dita. Essa suposta falta de profundidade serve de aviso: nenhum jogo vai agradar a todo mundo. Se você busca complexidade estratégica ou mecânicas muito elaboradas, com muitos caminhos para a vitória, não é isso que irá encontrar por aqui! Por isso sugiro que dê uma chance ao Yangtze… até que você consiga ver a Matrix por trás das regras. Não é um jogo que acho tão interessante para 2 jogadores, por tudo que já expliquei. Também não deve ter sido um grande sucesso de vendas, pois não ouço falar muito a respeito dele. Isso acende uma luz vermelha para algumas pessoas. Sei que a mim ele conquistou e acredito que ainda irei jogá-lo muitas vezes. Ou assim espero pois como pôde ver, não foram tantas partidas dele por aqui. E isso se deve principalmente ao fato que há diversos outros jogos tão legais quanto ele ou ainda mais maravilhosos. No entanto isso é um papo para outra hora. De qualquer modo Yangtze vai permanecer no meu acervo por um bom tempo já que ele cumpre muito bem a tarefa de jogo curinga!

Meu veredito: 8
Me empolgo para jogá-lo e me divirto bastante!

Obrigado pela atenção e divirta-se! :grin:

1 curtida

Ótima resenha. Não o joguei, mas fiquei bem curioso. Parece ter os elementos propícios para minha mesa familiar. Colocarei na lista de procura. :wink:

1 curtida

Obrigado! Não sei se conseguirá encontrá-lo com facilidade, mas se puder experimentá-lo não vai se arrepender. Abraço!